terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fome de sono



O que você come pode influenciar suas noites de sono





O que vem primeiro, o sono ou a falta dele? Dormir é um processo natural, essencial para o perfeito funcionamento do organismo e tudo que fazemos enquanto acordados influencia a qualidade do nosso sono à noite, especialmente aquilo que comemos antes de deitar. Cafeína, refrigerantes de cola, chás escuros e até alguns alimentos industrializados, por exemplo, não são recomendados horas antes de dormir. Quer ter uma noite de sono tranquila? Leia esse artigo e descubra como.

A má qualidade do sono, apesar de ser uma queixa relativamente comum, é mais grave do que se imagina. Além de prejudicar o funcionamento do organismo, ela ainda pode ocasionar envelhecimento precoce. A neurologista e membro do Departamento do Sono da Academia Brasileira de Neurologia Andrea Bacelar diz que “dormir mal gera consequências imediatas e em médio e longo prazo. As imediatas ocorrem porque o corpo não está completamente restaurado e podem diminuir a produtividade no dia seguinte. Em médio prazo, observam-se alterações das fibras musculares que podem ocasionar dores e lesões na prática de atividades físicas, além de deficiência imunológica. Em longo prazo ocorrem lesões das células, envelhecimento celular precoce, aparecimento de doenças degenerativas”.

Uma noite mal dormida é um problema que não diferencia sexo, cor, classe social ou idade. Ela pode estar presente em todas as fases da vida, desde a infância até a velhice. Para Andrea, “na medida em que as pessoas envelhecem, elas passam a dormir cada vez menos profundamente. Nos idosos, o padrão do sono já mudou muito desde da época em que eles eram jovens. Eles tendem a dormir e acordar mais cedo e a precisar de sono polifásico, conhecido como cochilo. Mas é bom não confundir: nos mais velhos, a insônia pode ter causas físicas como dores, alterações urinárias e o uso de certos medicamentos”.

E o que alimentação tem a ver com sono? Tudo. De acordo com a nutricionista Vânia Barberan, “O nosso sono é regido por ciclos de serotonina, que é o hormônio do prazer liberado durante o dia, e melatonina, cuja secreção é estimulada à noite. Assim, o que comemos durante o dia interfere no quanto dormimos à noite, uma vez que existem substâncias que ingerimos que são estimulantes ou calmantes. Além disso, o processo de adormecimento também depende da diminuição das atividades do organismo. E o tempo entre a última refeição e o sono também deve ser observado”.

Uma vez que tudo que ingerimos passa pelo dispendioso processo de digestão, é bom evitar comer cerca de duas horas antes de ir deitar. “O processo digestivo gasta muita energia e por isso não é bom comer pouco antes de dormir. Enquanto espera ele entrar em uma fase menos ativa, é indicado não deitar nem reclinar. O recomendado é ficar sentado ou em pé. Andar, aliás,é muito bom pois estimula o intestino na peristalse, que é o movimento muscular do sistema digestório”, explica a nutricionista.

A última refeição é a mais importante para garantir uma boa noite de sonhos. Pratos muito sofisticados não são recomendados para o jantar porque podem conter uma grande quantidade de alimentos industrializados, que têm efeito estimulante no organismo. “A comida caseira é a melhor. Um arroz, feijão, carne, tudo feito em casa. Algumas folhas verdes têm efeito calmante e são largamente recomendadas para consumo à noite, especialmente a alface”, recomenda Vânia.

E se acordar no meio da noite ou tiver dificuldades para dormir? Para evitar isso, é bom saber que o ambiente deve estar em perfeito acordo com a necessidade de descanso do corpo. “O quarto deve ter baixa luminosidade, temperatura confortável, pouco barulho. Se não tiver jeito, levante. Ficar rolando na cama pode piorar a situação. Em caso de insônia, não sugiro fazer nenhuma atividade estimulante, como assistir TV ou ficar no computador. Ler um livro e consumir algum alimento sedativo é bom. Chás claros como camomila, melissa ou erva cidreira e cookies integrais são boas pedidas para madrugadas em claro”, finaliza a nutricionista.
PorIlana Ramos




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